terça-feira, 8 de agosto de 2017

DUNQUERQUE


Se ainda não viu, vá ver Dunkirk, de Christopher Nolan, com um elenco de actores pouco conhecidos, mas Jack Lowden não me escapou. Kenneth Branagh, única estrela, não adianta nada ao filme. O protagonista, se assim lhe podemos chamar, é Fionn Whitehead, que vêem na imagem. Receio que os espectadores com menos de 50 anos não percebam o que estão a ver. O filme atém-se ao essencial: a retirada anglo-francesa de Dunquerque, entre 25 de Maio e 4 de Junho de 1940. Onze dias decisivos em que foram resgatados trezentos mil homens por mar. O escritor inglês P. G. Wodehouse, que vivia em Le Touquet, na região de Pas-de-Calais, não só não ficou incomodado com a carnificina (cerca de cem mil mortos, dois terços dos quais britânicos), como se tornou colaboracionista nazi. Mas isso o filme não conta. Foi a seguir a Dunquerque que Churchill fez o discurso famoso: «Iremos até ao fim. Lutaremos na França. Lutaremos nos mares e oceanos, lutaremos com confiança e força crescente no ar, defenderemos a nossa ilha, qualquer que seja o custo. Lutaremos nas praias, lutaremos nos terrenos de desembarque, lutaremos nos campos e nas ruas, lutaremos nas colinas. Nunca nos renderemos.» Só não percebo por que razão o título não foi traduzido. Porquê Dunkirk em vez de Dunquerque?