quinta-feira, 13 de julho de 2017

EDUARDO LOURENÇO


Hoje na Sábado escrevo sobre Da Pintura, de Eduardo Lourenço (n. 1923), novo título na sequência da publicação sistemática da obra do autor em curso na Gradiva. A edição é da responsabilidade de Barbara Aniello, que em 2012 organizara já Tempo da Música, Música do Tempo. O volume colige 98 textos, escritos entre 1946 e 2013, na maioria inéditos, divididos em três secções: Estética, Exposições, Pintores. O espectro de temas e autores versados é amplo. Nem todos são ensaios acabados. O primeiro de todos é um simples epigrama: «A grande ilusão é conceber a Estética como a sombra da arte ou inversamente como a radiografia da arte.» Folhas de apontamentos coexistem no corpus ora publicado. Mas é sempre enriquecedor acompanhar o pensamento ágil de Eduardo Lourenço. Acerca de artistas, podemos seguir as reflexões do autor sobre as obras de, entre outros, Giotto, Kandinsky, Picasso, Gauguin, Klee, Tàpies, Calder, Almada, Pomar, Manuel Amado, Graça Morais e Manuel Casimiro. Trata-se muitas vezes de textos para catálogos. Visitas a museus estão na origem de alguns textos. Sirva de exemplo «uma das mais tristes experiências intelectuais da minha vida», nada menos que uma retrospectiva de Suzanne Valadon, em Paris. Quatro estrelas. Publicou a Gradiva.