quarta-feira, 9 de março de 2016

HABEMUS PRESIDENTE


Cavaco Silva saiu de cena. Chegou hoje ao fim um período negro da História de Portugal. O cavaquismo representa tudo o que de pior a Democracia alimenta. Cavaco deixa Belém ao fim de dez anos de facciosismo, intriga e prepotência. O homem que fracturou o país em dois não deixa saudades.

Marcelo Rebelo de Sousa tomou posse perante os deputados da Nação e umas centenas de convidados, entre os quais Filipe VI, rei de Espanha; Filipe Nyusi, presidente da República de Moçambique; Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, um representante do rei de Marrocos e o antigo presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso.

Retenho dois breves períodos do discurso que fez: «Temos de cicatrizar feridas destes tão longos anos de sacrifícios, no fragilizar do tecido social, na perda de consensos de regime, na divisão entre hemisférios políticos. [...] O Presidente da República é o Presidente de todos. Sem promessas fáceis ou programas que se sabe não pode cumprir, mas com determinação constante. Assumindo, em plenitude, os seus poderes e deveres. Sem querer ser mais do que a Constituição permite. Sem aceitar ser menos do que a Constituição impõe

O tom da cerimónia foi dado no modo como chegou à Assembleia da República: a pé. Neste momento, depois dos cumprimentos protocolares, almoça no Palácio de Belém com um pequeno grupo (vinte pessoas) de convidados, entre eles o presidente do Parlamento, o primeiro-ministro, o rei de Espanha e o presidente da República de Moçambique. Passos Coelho, convidado, faltou.

A meio da tarde, Marcelo participará numa celebração ecuménica na Mesquita de Lisboa, cerimónia que juntará representantes de duas dezenas de confissões religiosas.

Às oito da noite, Marcelo será recebido por Fernando Medina na Câmara de Lisboa. Mariza cantará o hino nacional, seguindo-se um concerto popular na Praça do Município, durante o qual actuam Anselmo Ralph, Diogo Piçarra, José Cid, Paulo de Carvalho, Pedro Abrunhosa e a banda HMB.

Foto da Presidência da República. Clique.