terça-feira, 14 de julho de 2015

OS DIAS DE ATENAS

Na iminência de receberem os salários de Julho em promissórias, por não haver dinheiro vivo, os funcionários públicos gregos fazem hoje uma greve geral de 24 horas. Dezenas de contentores com medicamentos permanecem fechados nos cais do Pireu: não há dinheiro para os desalfandegar. E o Governo não pode invocar necessidade pública? O hipotético empréstimo intercalar que permitiria à Grécia manter a funcionar serviços básicos até obter o terceiro resgate, vai demorar. Enquanto Atenas não tiver aprovado tudo o que lhe foi imposto, o Eurogrupo não mexe um dedo. Os Parlamentos da Alemanha, Áustria, Eslováquia, Estónia, Finlândia e Holanda, que têm de aprovar o terceiro resgate da Grécia, vão entrar de férias. Três ministros do Syriza anunciaram a sua demissão. Pános Kamménos, ministro da Defesa e líder do ANEL (o parceiro do Syriza), já disse que o seu partido vai chumbar no Parlamento o acordo obtido por Tsipras. Entretanto, ontem, Atenas falhou mais um pagamento ao FMI. Os bancos continuam naturalmente fechados. O controlo de capitais impede centenas de empresas de funcionar. Sem surpresa, Dijsselbloem, ministro das Finanças da Holanda, foi ontem reeleito presidente do Eurogrupo.